quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Porque a Igreja batiza crianças?

Antes de respondermos essa questõe, é importante lembrar que existem três modalidades de batismo: o sacramental, que é o batismo administrado pela Igreja; o batismo de desejo, que é o batismo daqueles que, por falta de conhecimento e oportunidade, não fizeram parte do corpo da Igreja (como era o caso dos índios do Brasil antes da chegada dos portugueses); e o batismo de sangue, que é o batismo daqueles que, embora não batizados pela água, demonstram na hora da morte um amor ardente e uma Fé imensa em Deus, a ponto de morrer por Ele, como é o caso do bom ladrão e de vários santos mártires. O Batismo de sangue e o desejo de Batismo geram os frutos do Batismo sacramental, mesmo sem ser sacramento.

Por nascerem com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento no batismo, a fim de se tornarem filhos de Deus. A Igreja e os pais privariam então a criança da graça de se tornar filho de Deus se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do nascimento.

Nesse ponto, pessoas de outras igrejas dizem que nós católicos estamos errados ao batizarmos crianças, porque a bíblia não fala pra fazer isso. A Sagrada Escritura não se refere explicitamente ao Batismo de crianças. Todavia narra que vários personagens pagãos professaram a fé cristã e se fizeram batizar “com toda a sua casa”. Assim foi com o Centurião romano Cornélio, a negociante Lídia e o carcereiro de Filipos, Crispo de Corinto, a família de Estéfanas.

Ora, a expressão “casa” tinha sentido amplo e enfático na Antiguidade: designava o chefe de família com todos os que habitavam a residência, inclusive as crianças, que com certeza não faltavam. Assim, indiretamente, as Escrituras sugerem o Batismo de Crianças.


O que acontece com aqueles que morrem sem o Batismo?
Quanto aos bebês que morreram sem o Batismo, a Igreja acredita que a misericórdia de Deus, “que quer que todos os homens se salvem”, e a ternura de Jesus, que o levou a dizer: “Deixai as crianças virem a mim, não as impeçais”, nos permitem esperar que haja um caminho de salvação para as crianças mortas sem batismo.

Já os que morrem por causa da fé, os catecúmenos e todos os homens que, sob o impulso da graça, sem conhecerem a Igreja, procuram com sinceridade a Deus e se esforçam para cumprir a vontade de Dele podem ser salvos, mesmo que não tenham recebido o sacramento do Batismo. Nesse caso, receberam o direito da salvação pelo Batismo de sangue ou pelo desejo de Batismo.

“O Batismo é o mais belo e o mais magnífico dom de Deus. Chamamos de dom graça, unção, iluminação, veste de incorruptibilidade, banho de regeneração, selo e tudo o que existe de mais precioso. Dom, porque é conferido àqueles que nada trazem; graça, porque é dado até a culpados; Batismo, porque o pecado é sepultado na água; unção, porque é sagrado e régio (tais são os que são ungidos); iluminação, porque é luz resplandecente; veste, porque cobre nossa vergonha; banho, porque lava; selo, porque nos guarda e é o sinal do senhorio de Deus. (São Gregório Nazianzeno, † 389)

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